Mascotes

O primeiro mascote do Flamengo foi o marinheiro Popeye, personagem de quadrinhos na década de 40 (e posteriormente de desenhos animados). A idéia para o mascote partiu do chargista argentino Lorenzo Mollas, que viu no Popeye a força e a persistência do Flamengo, além de sua óbvia ligação com o mar. No entanto, tal mascote nunca foi muito popular entre a torcida do clube.
Todo mundo concorda que o Flamengo não é um clube como os out



A ornitologia nunca foi um hobby popular no Brasil mas naquela inesquecível tarde/noite no Maracanã, o público (em sua esmagadora maioria, leigo) não ficou indiferente ao inusual avistamento da ave e reagiu com a verve e a objetividade que são habituais ao carioca. Os gritos de É Urubu! É Urubu! É Urubu! espocaram imediatamente. Ao início jocosos e debochados, vindos das arquibancadas à direita das Tribunas.
À medida que o pássaro negro executava preguiçosamente suas evoluções aéreas sobre o relvado ia conquistando os corações do povo flamengo e incendiando as arquibancadas. Em poucos segundos o É Urubu! É Urubu! É Urubu!, insulto recorrente das torcidas adversárias foi expropriado para sempre pela revolucionária torcida do Flamengo.
E o grito pegou. É Urubu! É Urubu! É Urubu! Nas multi-étnicas bocas rubro-negras ele se arredondou, ganhou consistência, musicalidade e harmonia. Depois de encantado pela mística vermelha e preta o insulto infame criado para envergonhar os humildes se transmutou em brado de auto-afirmação. O que para os adversários era deboche virou demonstração de orgulho e o mal disfarçado racismo da injúria voltou-se como flecha vingadora na direção de quem covardemente a lançara. Numa consagração instantânea o Urubu dominou o Maracanã pela primeira vez e incendiou para sempre a torcida do Flamengo.

O próprio Luiz Octávio relatou: Os torcedores do Botafogo sacaneavam demais a torcida do Flamengo. Naquela época, Fla e Botafogo faziam o clássico de maior rivalidade depois da "era Garrincha". Os botafoguenses gritavam com ironia e rancor que o Flamengo era time de urubu, ou seja, time de negros.

Junto com seus colegas, Luiz Octávio foi na sexta-feira anterior ao clássico até a antiga favela da Praia do Pinto tentar capturar um urubu para levá-lo ao Maracanã. A caçada às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas resultou infrutífera e no sábado os guerreiros partiram então em direção ao depósito de lixo do Caju onde após alguma luta um urubu menos ágil foi convencido a aceitar o convite para conhecer as instalações esportivas do Estádio Mário Filho. Após algumas previsíveis dificuldades de adaptação da ave ao meio ambiente de um apartamento do Leme tudo estava pronto para a grande estréia do urubu no dia seguinte.

Em 2000 o mascote do Flamengo ganhou um desenho oficial e um nome: Samuca. No entanto, esse nome não se popularizou entre a torcida, que o continua chamando simplesmente de "Urubu".
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